Este Dicionário Michel Maffesoli é uma obra coletiva em vários sentidos: números, afetos e práticas: 81 pessoas assinam os verbetes que compõem a obra; três autores, de três países – França, Portugal e Brasil –, abrem o livro com seus estudos introdutórios sobre a trajetória e as noções do mestre da socialidade, da pós-modernidade e do laço social; pesquisadores de cinco países e dezesseis instituições trabalharam para construir em dois anos o mosaico que agora chega ao leitor, com em torno de 250 termos descritos e analisados. O projeto, articulado pela Rede Jornalismo, Imaginário e Memória (REDE JIM), cresceu e abriu-se para convidados conhecedores das ideias do homenageado, que completa 80 anos de idade no momento do lançamento deste abecedário já chamado carinhosamente por todos de DMM.O DMM resultou das leituras e discussões de mestres, doutorandos, orientandos e orientadores dos programas de pós-graduação em Comunicação da PUCRS, UFF, UFJF, UFMA, Unifesp, Unisul e UFPB. Os demais colaboradores, sem contar o gigantesco centenário Edgar Morin, fizeram doutorado ou pós-doutorado com Michel Maffesoli na Sorbonne ou se tornaram por outros caminhos exímios intérpretes dos livros desse intelectual, nascido em 1944, em Graissessac, no sul da França, apaixonado pelo Brasil e amado por tantos brasileiros dedicados aos estudos do imaginário e do cotidiano.A primeira pista que Michel Maffesoli dá a quem o lê é cristalina: a vida das pessoas não pode ser reduzida ao econômico e à lógica da produção material ou da mercadoria. Há mais. Muito mais. Zonas de sombra e de iluminação, encantamentos e reencantamentos onde alguns só enxergam cifras e supostas leis da história ou das relações sociais. Em sua longa e produtiva carreira de professor e de autor de obras seminais, Maffesoli criou uma profusão de noções – ele rejeita a ideia de conceito – que ajudam a fazer luz onde para os positivistas só poderia existir escuridão. Este DMM é, ao mesmo tempo, tributo a um verdadeiro influenciador e prestação de serviço a quem quiser se iniciar nas ideias de um pensador incomum.